UM DIAMANTE AOS PORCOS




Na década de 60 o personagem principal desta historia voltava da casa dos avós, e sem querer chutou uma pedra no meio da trilha, empurrada certamente pelos cascos do gado que por ali pastava. Curiosa como toda criança apanhou a pedra e notou que era  redonda e ôca e algo estranhamente balançava lá dentro. Ficou maravilhada com o som de chocalho que poderia produzir resolveu levá-la, e iniciando uma corrida alcançou os irmãos que já dobravam o cume do morro.

Aquele lugar era especial para eles pela proximidade da casa dos avós e por ser palco de suas brincadeiras desde quando nasceram. O local era pedregoso e dentre os vários formatos de pedras umas eram bem quadradas e pareciam terem sido talhadas á mão, e todo vez que passavam por ali as colhiam para brincar em casa.
A menina a levou para casa e mostrou ao pai que importância nenhuma deu á estranha pedra, acabando a mesma servindo de encosto para a porta da sala durante muitos anos. José Leandro, o pai das crianças era lavrador, e em sua vida sempre lutou árduamente para sustentar a familia, mas cometeu erros, perdera em apostas de jogo todas a terras que herdara dos pais. E agora contava apenas com as terras que sua esposa tinha, essas, de maneira nenhuma lhe serviria como moeda de jogo, pois D. Manuela lhe fora taxativa

Mas a sorte tentava mudar sua vida, por várias vêzes chutara a pedra que por descuido rolava para o meio da sala e o homem somente resmungava empurramdo-a de volta ao seu canto.

Certo dia, quando estavam todos reunidos no terreiro em frente á porta da sala, decidiu nossa personagem quebrar a pedra para ver o que tinha dentro. De antemão todos pensavam ser outra pedra comum, mas estavam todos enganados. Ali dentro estava a solução para todos os problemas do sofrido lavrador. A menina tomou de um machado, colocou a pedra em cima de um tronco que era usado para cortar lenha para o fogão e bateu com toda força que tinha.

A pedra se partiu violentamente, e de dentro, com um forte brilho vôou um diamante indo se perder em meio ao capinzal que se formara mais alem. Todos se levantaram extasiados com o lindo brilho e foram em busca daquela pedra brilhante, mas nada mais encontraram. Por varios dias reviraram o matagal em volta sem nada conseguir. Os comentarios rodaram a comunidade e muitos vieram á procura da pedra brilhante que esteve ás mãos do pobre lavrador durante anos. José Leandro teve a sorte aos seus pés, mas em sua santa ignorância preferiu chutá-la aos porcos que chafurdavam nos arredores de sua humilde casa.

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